quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

"Casta 2008"

Noc Noc Abre a Porta...

Depois de alguns dias ausentes da escrita, puramente por razões de cansaço, de excesso de trabalho, estudo, foco. Há dias que a inspiração para escrever três linhas seguidas com algum nexo não existia. Mas também é verdade que nestes dias deu para refrescar ideias e podem sair algumas historias mais ou menos interessantes.
É verdade que os ultimos textos escritos estavam cada vez mais longos... agora é pegar no ritmo novamente!

Vou contar uma historia passada ha alguns dias, uma historia que acho que demonstra bem a importância das nossas origens, do que nos trouxe ao patamar que estamos hoje em dia. Esta "Casta" de 2008 não é melhor nem pior que outras que existem e existiram... É simplesmente diferente! Foi em 2008 que uma serie de pessoas se juntou num projeto que ja vinha de 2007. Mas esta "casta" era de malta muito jovem, todos ainda na casa dos vintes e poucos. Alguns de nós cheios de ambições, de certezas, muitas mais incertezas, de vontade de mostrar ao "mundo" o nosso valor. Esta "casta" nunca se preocupou com o resto da concorrencia, naquela altura o que interessava era os nossos objetivos, não interessava o que os outros faziam, o que os outros diziam... Só interessava aquilo que nós faziamos.

Naquela ilusão da juventude que seria possivel conquistar o mundo, foram construídos valores, valores esses que dentro de 4 paredes foram trabalhados até à exaustam. Os valores de proteção do colega do lado, os valores de equipa unida, de que se alguem tocasse no colega do lado parecia uma família de ciganos onde vinham os primos, os irmãos, as tias, os tias, as mães, os pais, o piriquito e o canário para.... Não podiam tocar nos nossos, não podia desafiar um dos nossos, porque um desafio lançado a um dos nossos passava a ser um desafio de todos! Tantas as historias que poderia contar sobre formas em que nos protegemos, que quebramos barreiras, que fomos irreverentes, que mudamos mentalidades e ficou para sempre uma frase "doa a quem doer, é a bruta"... Por incrível que pareça a mensagem era inocente, era uma forma de manifestar que seria um por todos e todos por um! Era uma frase que nos levava mais a frente, que fazia com que nos superássemos. Nesses tempos, foram construídos valores muito sérios, valores esses que só encontramos naqueles que viveram esses momentos!

Talvez estes valores até sejam menos importantes que aqueles que hoje temos, mas são os valores construidos pela "casta 2008"!

Essa "casta" foi demonstrada num detalhe que passa despercebido, mas que para quem os tem valoriza ao maximo! Aquilo que se passou foi o seguinte... Estava eu a almoçar a pressa, mais uma vez claro, almoçar sozinho porque não dava tempo para esperar por ninguem, quando se aproxima uma colega a questionar o porque de um imóvel bancário estar a ser anunciado no site do banco por 65 mil euros, quando uma outra imobiliária também o tinha no site por um valor de 58 mil euros. Nesse momento expliquei que havia algumas imobiliárias que faziam propostas e depois de ter um valor aceite, colocavam o anuncio pelo valor que tinha sido aceite, dessa forma conseguiriam ter uma vantagem competitiva.

Ela então disse-me que tinha um cliente interessado mas que tinha medo que o cliente descobrisse o imovel na outra imobiliaria, e que ele perdesse a confiança, porque como é obvio nós apresentamos o imovel pelo valor real, e a outra imobiliaria por valor supostamente aceite. Então eu disse-lhe para falar abertamente com o cliente, explicar que nós trabalhamos com valores reais de venda, que havia um anuncio de outra imobiliaria, e que explicasse que podia sempre fazer uma proposta. Mas para abrir totalmente o jogo com o cliente!
A colega, ou não teve total confiança no que lhe disse, ou porque precisava de uma segunda opinião, nesse mesmo momento entra no café um colega, um colega da casta de 2008, e ela dirigiu-se a ele e pergunta o que deve fazer perante a mesma situação. Milagre dos milagres... As palavras foram exactamente as mesmas, mas quando digo exactamente, foi com a mesma sequência, pontuação e intenção.  De referir que nem ele me ouviu a mim nem eu a ele! Quando ele entrou no café eu ja estava a terminar a conversa, e eu estava sentado numa mesa longe do balcão onde eles tiveram a mesma conversa!

Claro que ela olhou para o colega e disse, "mas isso foi exactamente o que ele disse, ele disse-me as mesmas palavras"....  Ele dirigiu-se a mim, sem eu saber o que se estava a passar, e referiu o que se tinha passado, que ela o tinha questionado e que ele tinha tido exactamente as mesmas palavras e depois fecha a conversa com a frase "somos a casta 2008"....
Poderiam ter sido feitas mil considerações, poderia ter sido colocado em causa o meu trabalho, e da minha equipa, poderia ser aconselhada para omitir tudo ao cliente, poderia ter sido feito muitas muitas mas muitas considerações, mas os valores.... Aqueles valores que nos trouxeram até aqui estão demasiado enraizados para serem eliminados pelos anos, pelos resultados ou por qualquer tempestade externa!

Valores como o trabalho dos colegas, valores como contar totalmente a verdade ao cliente, valores como não querer saber como fazem os outros mas sim aquilo que fazemos... esses...

Fomos, somos e seremos sempre a "casta 2008"!!!

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