Noc Noc Abre a porta...
Hoje é o dia, um dia tinha de ser e hoje não sei porque, mas terei de contar aquela que para mim é a minha historia, a historia que muda tudo, que mudou a minha vida, que mudou a minha forma de me ver a mim, de ver o meu negocio, de ver as outras pessoas, de me motivar, de me levantar todos os dias para trabalhar! É aquela historia, hoje provavelmente vou-me alongar na escrita mais do que é normal, mas sinceramente não estarei a escrever para ninguém ler, estarei a escrever porque tinha de contar... A necessidade hoje era esta escrever... Hoje acordei sem foco, alguma coisa me perturbava.... Por isso aqui vai!
Aqui vai a tal historia, e para contar como deve de ser tem de haver uma introdução. Em primeiro lugar tinha passado um ano de 2010 muito bom, onde tudo correu bem. Fui pai, tinha dinheiro, as coisas corriam todas sobre rodas, raros foram os dias que se jantou em casa, jantava sempre fora. Tudo acontecia sem querer, parece que tudo tava previsto para correr bem, sentia-me quase invencível. As noticias diziam que estava uma crise e eu gozava... "Crise??' Onde não vejo nada!", entrei em 2011 com essa sensação, e os primeiros seis meses desse ano foram isso mesmo, uma ilusão porque ainda havia restos de 2010... Mas chegou o segundo semestre, e começaram a chegar as recusas de credito, o não conseguir angariar porque as pessoas não conseguiam pagar as suas hipotecas, os preços a cair violentamente, e as vendas a não acontecer.
Entrei em 2012 quase já em desespero, sem negócios, sem angariações e ficar sem dinheiro para pagar as minhas contas, os primeiros meses foi um acumular de dividas, não conseguia pagar nada a ninguém, só conseguia pagar ao banco a hipoteca da minha casa, e ter algum dinheiro para comer, mas nessa fase já só se comprava marca branca, e a cortar em tudo o que era despesas a mais. Tinha de cortar onde dava para cortar. Os negócios não apareciam de maneira nenhuma, e o fim dos meses chegava cada vez mais rápido, já sem saber bem para onde me virar porque precisava de dinheiro. Os meses foram chegando em 2012, passou um, dois, três, quatro meses e as coisas só pioravam. Comecei a pensar em mudar de ramo, comecei a fazer o meu curriculum.
Mas quando comecei a fazer o curriculum, foi quando percebi que a minha vida toda tinha sido só imobiliário. Não tinha concluído o ensino secundário, o meu inglês apesar de dar para desenrascar não dava para fugir daqui para outro pais, francês do pior. Olhava a minha volta e as imobiliárias só fechavam, não tinha qualificações para me candidatar a nada. Só se ouvia falar em despedimentos... E agora estava eu num beco sem saída. Sem dinheiro, com uma atividade mas que não me dava dinheiro, e quase sem possibilidade de sair para outra atividade. Ainda me lembro de passar três dias fechado no escritório a fazer contas. Primeiro tinha de fazer contas.
Comecei a fazer as minhas contas para perceber onde tinha de cortar mais, o que não precisava, os pagamentos que tinha de continuar a atrasar. Primeiro tinha de começar pelo essencial. O essencial era ganhar dinheiro e cortar nas despesas. Foi fazer contas até à exaustão. Ok contas feitas e agora que já cortei, e sabia exatamente quanto precisava para sobreviver por mês tinha de arranjar um plano para conseguir esse dinheiro. Completamente desesperado, já tinha tentado muitas coisas, as mais tradicionais outras menos, tinha de inventar alguma coisa. Num domingo decidi ir para o escritório trabalhar, precisava de dinheiro e todos os dias contavam, como domingo ninguém ia para o escritório eu fui trabalhar para pensar sossegado.
Comecei a ver as minhas casas que estavam para vender, e não era famoso o panorama, não tinha quase nada para promover no dia a seguir na reunião de vendedores. Então desesperado, fui a uma listagem que me tinham dado uns dias antes de uma empresa de gestão de credito, e fiz uma listagem de imóveis. É verdade imóveis que não estavam angariados em exclusivo, mas era imóveis que estavam para venda e ninguém sabia. Juntei mais uns de dois outros bancos que achei que eram as melhores opções. Fiz uma pasta, imprimi umas brochuras, não sabia o que ia sair dali mas tinha de fazer alguma coisa. Tinha de fazer negocio, e no dia a seguir eu tinha de apresentar alguma coisa.
Com essa listagem, e com algumas brochuras, segunda feira levantei-me mais cedo do que era normal, eu tinha de ser o primeiro a chegar a reunião para colocar em todas as cadeiras as brochuras e a listagem que tinha feito com 20 ou 22 imóveis. Conforme iam chegando os colegas eu ia explicando que aquilo eram imóveis que eu tinha para vender. Nunca disse que eram imóveis bancários, nem nunca disse que não estavam em exclusivo. Também ninguém me perguntou, porque ninguém os conhecia. A reunião aconteceu, eu apresentei esses imóveis e pronto acabou a reunião.
Quando acabou essa reunião, e estava eu ainda a sair da reunião e já estavam colegas meus a ligarem para ver alguns deles, tinham clientes interessados. Eu fechei-me em copas, nunca disse o que eram. Agora tinha de arranjar as chaves e saber como os poderia ver. Pânico porque do nada foram 5 ou 6 pedidos de visita, eu pensei "e Agora?"... como me vou safar desta, não sei como se processa e eles estão cheios de pressa, e eu pressa tinha porque precisava de dinheiro!!! Desfiz-me em mil e uma chamadas para saber onde estavam as chaves, com quem devia falar, para quem ligar, como fazer etc... Foram horas loucas nessa segunda feira. Já tinha visitas para terça... Fogo tinha de ser rápido, não podia dar parte fraca nem dizer que imóveis eram aqueles! Facto é que nessa semana vendi três desses imóveis, corri muito, omiti o nome do proprietário e consegui!
Na semana a seguir fiz nova listagem, tirei os três que já tinham proposta e fiz uma listagem maior, com mais meia dúzia de imóveis, não podia exagerar como é óbvio. E resultou de novo, uma serie seguida de visitas, lembro-me que nessa semana não tive propostas, mas foi uma semana cheia de visitas, chamadas dos colegas e correria para conseguir as chaves, e mostrar os imóveis aos clientes dos colegas. Nessa semana comecei a pensar que tinha surgido ali alguma oportunidade, não sabia bem o que mas tinha surgido algo. Na semana a seguir não fiz listagem nenhuma, apenas parei para fazer contas e pensar numa estratégias. Tinha de me organizar o tornar aquele espaço de negocio sincero e honesto para todos, eu estava inicialmente a omitir quem era o proprietário, e estava a omitir que não tinha as angariações feitas, estava a omitir que qualquer colega das lojas podiam ter feito aqueles negócios sem partilhar comigo, porque eu não tinha nada assinado. Não podia mentir mais, porque mais tarde ou mais cedo ia ser descoberto e ia ser bem pior.
Então durante três dias fechei-me no escritório para fazer as contas, e ver o que podia fazer. Primeiro fui a todos os sites dos bancos, e vi quantos imóveis tinham para vender, logo ai percebi que tinha só visto a ponta o Iceberg, eram tantos imóveis que eu não consegui fazer uma listagem daquilo tudo. Depois pensei, espera isto tudo é muito negocio, tem de haver uma maneira de eu o tornar real. Olhei e fiz contas e mais contas, fiz contas as comissões, a quanto precisava por mês, os custos que ia ter, as lojas que tínhamos no grupo na altura, eram seis. Fiz contas a combustível, mais uma vez olhei para as tais contas que tinha feito, tinha dividas não podia entrar em loucuras. Então tracei um plano, uma estratégia, e pedi ao meu chefe uma reunião. Eu tinha de lhe apresentar aquele meu plano e ele tinha de autorizar, porque se ele não autorizasse caia tudo por terra.
Então falei com ele, e ele disse-me para lhe apresentar uma alternativa que fosse viável para todos, para eu fazer a gestão daqueles imóveis para as lojas todas como eu estava a propor, mas esse plano, e as palavras dele foram "pensa num plano, mas não penses só em ti.".... Ok la fui eu, escrever tudo, fazer contas e mais contas, mais uma vez contas e contas, aquilo tinha de ser montado para as seis lojas como eu queria, mas tinha de ser vantajoso para todos, fogo que raio como eu ia conseguir rentabilizar aquilo... Pronto contas feitas, plano feito, tudo organizado, parecia uma loucura, não sabia se ia resultar, mas como tinha resultado naquelas primeiras duas semanas, tinha de ser não tinha alternativa, nem saída... tinha de ser aquilo. Então voltei a apresentar ao chefe todas as minhas contas, e as vantagens para os comerciais das seis lojas e como é que eu ia ganhar dinheiro e como é que eles iam ganhar também. Com uns ajustes aqui, outros ali, e com umas chamadas do chefe para a o grande chefe da rede, sim porque íamos trabalhar imóveis de bancos, e em aberto muitos deles, por isso tínhamos de ter todas as autorizações. Depois de termos essas autorizações todas... Veio uma frase do chefe que foi "mas agora eu tenho de ter a autorização de todos os vendedores de todas as lojas!"... Pensei pronto agora é que isto vai correr mal, pense logo que aquilo ia correr mal, mas ele não podia impor a ninguém as novas regras teria de ser aceite por todos.
Fez-se uma minuta para todos assinarem em como concordavam, e fomos de loja em loja, com reuniões para ver quem aceitava e não aceitava, depois de uma maratona de reuniões, seguidas nos dias, chegamos ao fim com a aceitação quase total, só uma pessoa tinha dito não, hoje dizem que foi duas pessoas, mas não foi, foi só uma e por perfeita embirração. Mas também ninguém sabia o que se estava a propor, imóveis bancários ninguém queria saber, ninguém queria vender, por isso deixa la ele ficar com isso. Por isso todos aceitaram. Agora era hora de colocar tudo a funcionar. Na ultima reunião e depois de uma café com o chefe, viemos para a rua e lembro das suas ultimas palavras "agora tens isto aceite, mas não te foques muito nisto, é só para tu ganhares uns trocos, e não te esqueças do teu verdadeiro negocio"... Eu disse "ta bem, ta bem"... Porque eu já tinha tido a experiência de duas semanas. Sabia que ia acontecer negocio, as primeiras contas era fazer uma escritura por loja, esse foi o meu primeiro objetivo, vender seis casas por mês, uma por cada loja!
Começou nesse dia uma autentica loucura, foi uma loucura, primeiro eram listagens feitas em excell, com mais de 600 imóveis, só com umas moradas, preço e tipologia. E do nada eu estava a trabalhar que nem um louco, os dias eram passados todos a correr de balcão em balcão, dos bancos a levantar e a deixar chaves. Os dias eram passados ao telefone, que nem um louco a receber chamadas de todos os colegas a marcar visitas e mais visitas, informações e mais informações. Eu durante o dia só respondia "por favor envia-me email"... Porque durante o dia era impossível, quando chegava a noite passava horas a responder aos emails todos. Eles tinham de ter resposta, e era logo para o dia seguinte, ia para o escritório rio até a meia noite, uma da manha ou duas, houve dias até as duas da manha no escritório. No dia a seguir as 8 da manha la estava eu na minha loucura.
Eu passava o dia a correr, saia de casa cedo, levava comer numa lancheira, que muitas vezes comia sozinho, no carro e frio, porque não havia tempo para parar, mas havia a vergonha de não ter dinheiro para almoçar fora, como era normal. Então parava o carro e comia, em 10 minutos, rápido para seguir caminho porque havia muitos pedidos para seguir. Era segunda a sábado a correr, os sábados cheios de visitas, e depois ao domingo, era o dia de fazer as listagens todas actualizadas, de todos os bancos de Santarém a Lisboa, com todos os imóveis. Havia a compromisso de todas as segundas feiras haver uma listagem totalmente atualizada. Então saia de casa logo de manha e passava o dia no escritório, de banco em banco a tirar as moradas e os dados dos imóveis e a colocar na listagem. Era colocar os novos e retirar os que já não estavam online.
Foram dias a falar com os gestores dos bancos, foram dias a falar com todos os comerciais das lojas, era deixar chaves e sair a correr, era pedir por favor aos colegas para fazer as visitas sem mim, porque não tinha tempo, tinha mais não sei quantas pessoas a pedir para eu ir la! Eu ja não conseguia acompanhar os meus clientes, as pessoas ligavam e eu não conseguia acompanhar, passava a semana, olhava para a lista de clientes e eram poucos aqueles que eu conseguia fazer. Tinha de chegar a todo lado, e não tinha ninguém para me ajudar! Estava sozinho, passou dois meses e eu já não dormia, passava pela cama. A minha filha tinha um ano e pouco, e eu so lhe dizia bom dia, aos domingos era igual. So tinha alguma tempo para ir ao ginásio, ia das 8-10 da noite. E depois ia trabalhar, ou em casa ou no escritório. Tinha emails para responder e o dia seguinte para organizar.
Nessa altura, tive alguns comentários giros, do género "isso vai ser o teu fim", ou do género "isso vai correr muito mal porque te foste meter nisso?"... O meu colega que ia comigo ao ginásio as vezes perguntava como estava a correr, mas era uma forma muito envergonhada porque ele também não acreditava. Mas era eu que tava a viver uma autentica loucura, e eles nem viam, que não tinha tempo nem para comer, quanto mais para conversar.
Passados dois meses eu estava exausto, fui pedir ao chefe para colocar alguém na minha equipa, na altura foi-me recusado, porque ele não estava a perceber o que estava a acontecer, eu ja não chegava para a encomenda... Mas ele não via isso, tive de esperar mais um mês até que ele lá aceitou, eu fazer uma equipa, mas não podia recrutar ninguém dentro das minhas agências, enfim tinha de ir fora, ainda hoje não concordo muito com esta política porque ha tantos recursos nas nossas agências que seria uma forma de rentabilizar esses recursos, mas enfim regras são regras e eu tenho de as cumprir. Foi então que me lembrei de uma amigo de infância que tinha experiência de imobiliário.
Fiz em Dezembro de 2012 a reunião com ele, ele prontamente aceitou, louco pensei eu... Naquela altura eu não sabia se chegava para mim quanto mais para mais pessoas. Sabia que não chegava para as encomendas, mas negócios propriamente ditos ainda não tinha feito o meu primeiro objetivo, tinham passado quatro meses, tinha muito mais negocio, mas ainda não tinha feito seis por mês. Curiosamente esse mês de Dezembro foi o primeiro que alcancei esse objetivo. Nessa reunião com o meu amigo, ele disse, que bom bom era trazer outro colega nosso de escola que estava no desemprego, eu pensei ok, pronto também não me trás mais despesas por isso bora lá os três! Eles aceitaram os loucos.
Em Janeiro estavam a trabalhar comigo, nessa altura também já tinha outra pessoa, uma rapaz que me dava apoio telefónico, eu na rua e ele no escritório a despachar emails. Em janeiro os quatro começamos a trabalhar, mas por incrível que pareça, o nível não baixou, pelo contrario só aumentou, quanto mais mergulhava nos bancos mais trabalho tinha. Era a loucura total, o telefone não parava um segundo, ainda me lembro de ir apresentar um dos meus amigos a Santarém, entramos no autoestrada no carregado, e quando íamos a chegar as portagens a Santarém o meu amigo diz-me "olha vou-te ligar porque é a unica forma que tenho de falar contigo!"...
Os resultados começavam a aparecer, mas não havia propriamente um plano, era tudo feito muito por improviso, se numa primeira fase houve planeamento, cheguei a um momento que já nem conseguia pensar quanto mais planear. Foram feitas alterações todas as semanas, porque por mais que trabalhasse o dinheiro não chegava... Continuava muito atrapalhado... Já tinha dinheiro para as urgências, mas não tinha dinheiro para mais nada, entrava e saia sem dar por isso.
Então chegou a altura mais difícil, vender o meu carro, tinha de ser, eu tinha de vender o meu carro, um objectivo que tinha tido uns anos antes, mas tinha de ser, alem disso estava-me a levar a couro e o cabelo em combustível e peças. Desfiz-me dele, o que me doí ainda hoje quando penso nisso, deixei o carro num stand, e trouxe um honda civic bem mais velho, preto, e feio... Mas era o negocio possível! Naquele momento havia que pensar noutras coisas o carro era o menos necessário! Mas ainda hoje me doí!!
Enfim continuou a loucura, mas os meus amigos, foram-se sacrificando, muitas vezes trabalhamos até de madrugada, era ver imóveis até a meia noite, era pedir chaves, organizar tudo. Depois veio os leilões, bem pronto isso foi o ponto final na minha saúde. O primeiro leilão demorou 3 semanas no fim das três semanas o meu corpo desligou. Tivemos sozinhos até o dia antes do leilão sem grandes apoios, apenas a maquina de vendas das lojas a funcionar, o resto era tudo nosso, desde a escolha dos imóveis até a reserva do hotel, até as bandeiras do leilão fomos nós. Era tanta pressão do banco que as duas da manha estava a trocar emails. Esse leilão foi um sucesso mas levou-me ao limite, tinham sido meses seguidos quase sem dormir, a trabalhar de noite e de dia, com aquela pressão toda acabei no hospital! Uma semana de repouso total.....
Mas como poderia ser? Eu tinha de trabalhar, mas la se foi a semana, e voltei ao trabalho... A loucura! A partir desse momento comecei a pensar que tinha de organizar as coisas, tinha de ter um plano traçado, tinha de deixar de reagir e passar a agir. Tinha de ter um dia de descanso por semana pelo menos o domingo eu tinha de descansar. Porque os domingos ainda eram passados a fazer listagens, eu não confiava em ninguém essa tarefa... Mas tinha de descansar, então a solução foi fazer um site, onde se carregasse os imóveis e depois fazia-se a listagem automática do site. Assim nasceu o primeiro site, muito baratinho, um template gráfico fraquinho, mas era uma forma de divulgar os imóveis e uma forma de descansar!
A partir dai foi sempre a crescer, a começar a usar cada vez mais a cabeça, a planear, e a estruturar as coisas de uma forma que fosse boa para todos. Verdade que foi conquistar banco a banco, e conquistar loja a loja, foi uma conquista diaria. Claro que quando começou a ver-se algum sucesso passado alguns meses, começou a haver pressões, claro a minha ideia, louca e completamente estapafúrdia, tinha dado um caso de sucesso. Começou nessa altura algo que dura até hoje que foi a ideia de quem me tinha dado esta oportunidade tinha sido o chefe, e que eu era um preferido, não podia ser maior engano, a ideia foi minha e o conselho inicial foi de não ser de dedicação total!
Hoje sou acusado de ter uma agenda própria, de criar cada vez mais coisas, e de não seguir o rebanho, de me diferenciar, de ter ido estudar e de querer saber mais sobre tudo. Mas tenho razões muito próprias, se tivesse seguido o rebanho, se tivesse seguido alguns, não teria conseguido atingir muitos dos objetivos. Não tenho agenda própria, tenho ideias próprias, quero ser cada vez mais criativo e quero estar sempre um passo a frente. Porque de um acto de desespero descobri algo que ninguém tinha visto, e que para ser sincero mais ninguém aproveitou decentemente.
Foram muitos dias a trabalhar de dia e de noite, foram muitos dias a comer comida fria, foram muitos dias de dores de cabeça, foram dois esgotamentos. Foram médicos, foram muitas vezes a chorar sozinho no meu carro, que hoje a olhar para ele, já não o mesmo honda civic, me fez contar esta parte da historia, parte da historia que ainda não está terminada. Continuo todos os dias a escrever esta historia, uns dias com mais sucesso, outros com menos sucesso, mas sempre focado no que quero. Hoje sei o que quero para amanha, hoje sei onde quero estar daqui por três anos! Se vou conseguir ou não, não faço ideia. Sei que vou ter de fazer muitos sacrifícios, sei que vou ter de comer muita comida fria, mas eu vou la chegar!
Hoje já consigo pagar as minhas despesas, paguei todas as minhas dividas, e eram milhares de euros, desde finanças a segurança social, a antigos fornecedores, tudo pago. Não fiquei rico, nem perto disso, mas fiquei com uma coisa que nenhum dinheiro do mundo paga, fiquei humilde de conhecimento. Hoje quero aprender, quero saber mais e quero estar preparado, porque não quero voltar a sentir o que senti há 4 anos atrás! Alguns dizem que podia ter uma melhor vida, sim sem duvida nenhuma, mas hoje só conseguem ver parte do problema, a outra parte fica só comigo!
A minha equipa somos 10, fazemos uma zona enorme, temos resultados cada vez mais consistentes... Muitos têm inveja, mas não tenham porque foi muito duro... Por isso hoje quando parece que estamos sem saída eu sei que algures está a resolução! Sei que com criatividade e com imaginação conseguimos fazer do pó ouro...